domingo, 1 de abril de 2018

Resenha: O Homem de Giz - C. J. Tudor

Título: O Homem de Giz
Título Original: The Chalk Man
Autora: C. J. Tudor
Editora: Intrínseca
Páginas: 272
Ano: 2018
Skoob: O Homem de Giz
Compre: Saraiva
Avaliação: ★★★★✰

Sinopse: Assassinato e sinais misteriosos em uma trama para fãs de Stranger Things e Stephen King
Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes. 
Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás.
Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados.


Resenha: Como disse no post de sábado passado, ganhei O Homem de Giz na Sessão Intrínseca, fiquei muito intrigada por ele e logo em seguida já comecei a ler. Li ele em pouquíssimas horas, e que thriller maravilhoso! Cheios de plot twists, momentos inesperados e um final muito doido!
Se nosso mundo fosse um globo de neve, esse foi o dia em que algum deus o pegou, sacudiu com força e colocou de volta no lugar. Mesmo depois de a espuma e os flocos terem assetado, as coisas nunca mais voltaram a ser como antes. Não exatamente. Podiam parecer iguais para quem olhasse através do vidro, mas, por dentro, tudo estava diferente.
O livro vai intercalando entre 2016, quando Eddie, nosso personagem principal, recebe uma visita inesperada de um velho conhecido, e 1986, quando a pequena cidade onde mora passou por muitas situações dignas de um filme de terror. Eddie se pergunta quando tudo começou e acaba decidindo que foi no verão, aos 12 anos, quando, depois de descumprir as ordens da mãe, ele tenta achar sua carteira no parque de diversões enquanto seus amigos Mickey Metal, Gav Gordo, Hoppo, e a única menina, Nicky, continuam indo aos brinquedos. É essa que ele acaba sendo testemunha de um desastre que deixa uma das meninas mais bonitas da cidade desfigurada, e, de certa forma obrigado, acaba ajudando o novo professor da cidade a salvar a vida da garota.
Há certas coisas na vida que se pode altera - o peso, a aparência, até o próprio nome -, porém há outras que são imutáveis, independentemente da força de vontade, do esforço e do trabalho árduo. São estas coisas que nos moldam: não as que podemos mudar, mas as que não podemos.
Apesar de um certo incômodo por passar um tempo sendo chamado de herói, o verão vai chegando ao fim, e no aniversário do líder da turma, Gav Gordo ganha um balde de giz, e eles acabam criando códigos secretos que espalham para se comunicar pela cidade. Esse código acaba sendo descoberto, e depois de Eddie se meter em uma enrascada e ser salvo pelo professor, o código é esquecido por um tempo, até que o irmão de um dos membros do grupo morre, e depois disso o grupo começa a se desfazer.
A morte acontecia com outras pessoas, não com crianças como nós, não com pessoas que conhecíamos. A morte era abstrata e distante. O enterro de Sean Cooper provavelmente foi a primeira vez que compreendi que a morte está apenas a um frio e azedo ofegar. Seu maior truque é nos fazer pensar que ela não está ali. E a morte tem muitos truques sob sua manga fria e escura.
Com o tempo ás coisas parecem estar voltando ao normal, mas não realmente, já que uma série de crimes e escândalos começam a acontecer, e apesar de não terem nada  haver com as crianças, Eddie está sempre buscando respostas e tudo culmina quando ele e os outros três meninos seguem pistas que foram deixadas para eles, até encontrarem os pedaços do corpo de uma menina morta e esquartejada.
Achamos que queremos respostas, mas o que de fato queremos são as respostas certas. É a natureza humana. Fazemos perguntas esperando que nos digam a verdade que queremos ouvir. O problema é que não podemos escolher nossas verdades. A verdade tem o hábito de simplesmente ser verdade. A única escolha que temos é a de acreditar ou não nela.
Em 2016, Ed recebe a visita do antigo Mickey Metal, que ele não vê há anos e que aparece em sua casa querendo ajuda para vender a ideia de um livro ou filme sobre os acontecimentos da infância deles. Tudo muda quando Mick é encontrado morto, e quando Ed descobre que sua misteriosa inquilina não é quem ele pensava ser, ele tem que reunir seus amigos de infância para tentar descobrir quem era o verdadeiro assassino, antes que um deles seja o próximo.
Ser adulto é apenas uma ilusão. Pensando bem, não tenho certeza se algum de nós de fato cresceu. Simplesmente ficamos mais altos e mais peludos. Às vezes, ainda me espanto por ter permissão para dirigir um carro ou por não ser expulso ao beber em um pub.
Esse é o tipo de livro que você não consegue parar de ler. Apesar de ter um começo mais devagar do que eu estou acostumada em um thriller, é só pegar o ritmo, e começar as mortes, que você não consegue largar, por ter um fato surpreendente atrás do outro. Os personagens são muito bem construídos, inclusive cada um dos coadjuvantes, pois todos tem um pedacinho de história que no momento pode não parecer relevante, mas que no final vai ser mais um pedaço da resposta para o mistério, que na verdade é um grande quebra-cabeças.
Afinal, quem somos nós além da soma de nossas experiências, das coisas que aprendemos e colecionamos ao longo da vida? Sem isso, não passamos de um conjunto de pele, ossos e vasos sanguíneos.
Eddie e sua turma, apesar de nos lembrarem de histórias como Stranger Things e It - a Coisa, são muito diferentes, pois não tem uma grande ser místico e malvado por trás de tudo, apesar de ser uma busca por um assassino realmente cruel, ele é real e humano, e ele não chegou aquela situação sozinho, ele e todas as pessoas que sofreram com aquelas história chegaram aquele ponto graças à vários atos de pessoas que naquele momento não faziam ideia de como aquilo poderia mudar para sempre o destino da cidade e de seus habitantes. Analisando bem, O Homem de Giz é uma história muito bem escrita e evolvente de efeito borboleta, e de como todos nós podemos ser os vilões da história de alguém.

8 comentários:

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    1. Afogado, ele gente pegar sua bicicleta que foi jogada no riacho que tem uma correnteza muito forte, e ao tentar puxar a bicicleta foi perdendo forca e morreu afogado

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  2. Eu adorei esse livro e por acontecer várias coisas misteriosas atrás da outra, eu fiz uma lista com todas as perguntas não respondidas enquanto eu lia e quando eu terminei de ler, duas perguntas ainda martelavam na minha cabeça: 1- quem matou o Mickey e 2- quem desenhou com giz na igreja e desenhou aquelas asas nas costas do reverendo????

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    1. Quem matou Mickey foi Hoppo. Explica no final do último capítulo de 2016. Mas também queria saber a sua dúvida 2 e os desenho de giz quando o some o cachorro de hoppo

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    2. Acho que a mãe do Ed insinua que foi a Nicky quem desenhou as asas no pai e desenhou na igreja... mas não tenho certeza sobre isso. Ela odiava o pai. Também fiquei com a sensação de que o Ed por ser sonâmbulo (citado no começo do livro) poderia ter desenhado o boneco do afogamento de Sean Cooper e inclusive os da igreja...

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  3. quem faz o desenho do cachorro de hoppo é mickey se eu não me engano, mas no fim não foi ele quem o matou, e sim foi um acidente cometido pela mãe de hoppo

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  4. Livro realmente incrível.. mas tenho uma dúvida.. quem fez os desenhos a igreja?

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  5. eu acabei de ler, realmente não sei, quem desenhou as asas de anjo no reverendo e desenhou os homenzinhos de giz?

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